sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Moiras gregas




Na mitologia grega, as moiras eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da roda da fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada ( o topo) ou em sua parte menos desejável ( o fundo), explicando assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmessis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deuses e homens. As moiras eram filhas de Nix.
          Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia aparecem as Fiandeiras. O mito grego predominou entre os humanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles eram conhecidas por Parcas, chamadas de Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; entretanto, era apenas sobre os humanos.
          Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As moiras eram chamadas também de Cloto, em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécate. Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
        Láquesis, em grego, significa "sortear", puxava e enrolava o fio tecido. Láquesis atuava junto com Tique, Pluto e Moros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
     Átropos, em grego, significa "afastar", ela cortava o fio da vida. Átropos, juntamente a Tânatos, Queres e Moros determinavam o fim da vida.

Banshee, a mensageira da morte

Imagem de Enrique Meseguer por Pixabay

Fada Fadada


Fada ferida,
Fada sofrida,
Fadada a fadar,
sem nunca falar,
Nunca confessar,
a dor que traz em seu peito,
a agonia que todas as noites
tenta jazer em seu leito.

As lágrimas são infinitas,
recusam-se a cessar.
E a pobre fada,
fadada a fadar
já não tem forças para lutar.
Prefere se entregar ao enfado,
À dor que a consome desde sempre.

A fada fadada está a chorar
a morte de alguém, enquanto
lava suas roupas manchadas de sangue.

Ela não é má.
É amaldiçoada.
Ninguém conhece o seu terrível segredo
e todos temem desvendá-lo.

A fada fadada continua a se lamentar,
por ele, por ela, por ambos.
Pela dor dos que o amam e
pela dor de ser sua mensageira negra,
a incompreendida banshee,
que todos condenam injustamente.
Ela não traz a morte,
como muitos pensam,
traz apenas a triste mensagem,
e é por isso que chora.

Autora: Giovanna Lynn©



Banshee

Fonte: Wikipédia
 
 As Banshees provêm da família das fadas, e são a forma mais obscura delas.
Quando alguém avistava uma banshee sabia logo que seu fim estava próximo. Os dias restantes de sua vida podiam ser contados pelos gritos da Banshee. Cada grito era um dia de vida e, se apenas um grito fosse ouvido, naquela mesma noite a pessoa estaria morta.
         Tradicionalmente, quando uma pessoa de uma aldeia morria, uma mulher era designada para chorar no funeral.  Quando o membro de uma família morria longe de sua terra, o gemido da banshee seria o primeiro aviso da morte.
          Também dizem que essas fadas, na verdade, seriam fantasmas, talvez o espírito de uma mulher assassinada ou que morreu ao nascer.
         Na Irlanda, acredita-se que aqueles que possuem o dom da música  e do canto, são protegidos por espíritos; um o Espírito da vida, que é profecia, cujas pessoas são chamadas Fey e têm o dom da visão; o outro, o Espírito maldição que revela os segredos da má sorte e da morte, e para essa trágica mensageira o nome é banshee.
        Sejam quais forem suas origens, as banshees aparecem principalmente sob um dos três disfarces: uma jovem, uma mulher ou uma pessoa esfarrapada. Isso representa o aspecto tríplice da deusa celta da guerra e da morte, chamada Badhbh, Macha e Morrigan.  Ela normalmente usa uma capa com capuz cinza, ou uma roupa esvoaçante ou ainda uma mortalha. Ela também pode surgir como uma lavadeira e é vista lavando roupas sujas de sangue daqueles que irão morrer. Nesse disfarce ela é conhecida como Bean-nighe ( a lavadeira). Segundo a mitologia celta, também pode aparecer na forma de uma bela e jovem mulher, ou uma velha repugnante. Qualquer que seja a forma, porém, sua face é sempre muito pálida como a morte, e seus cabelos por vezes são negros como a noite ou ruivos.
        O gemido da banshee é um som especialmente triste que parece o som melancólico do uivo do vento e tem o tom da voz humana, além de ser audível a grande distância. Embora, nem sempre seja vista, seu gemido é ouvido, usualmente a noite, quando alguém está prestes a morrer.
          Em algumas partes de Leinster, se referem a elas como Bean chaointe, cujo lamento podia ser tão agudo que quebrava os vidros.
        A banshee também pode aparecer nas formas de um corvo, um arminho, uma lebre ou uma doninha - animais associados, na Irlanda à bruxaria.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Jãs, as fadas da tradição portuguesa




 Na tradição portuguesa, as fadas aparecem de surpresa aos viajantes, nos caminhos e concedem a certas pessoas os segredos que lhes permitirão encontrar tesouros escondidos, tais como panelas ou púcuras de moedas de ouro. Mas em troca, impõe testes de coragem e inteligência ao escolhido.  Os que passam em suas provas, desfrutam de incomensuráveis riquezas.

  As Jãs estão associadas de tal modo ao ato de fiar, que aparecem quase sempre como fiandeiras, estando este fato na expressão - "Mãos de fada"- , aplicada à mulheres hábeis nos trabalhos com agulhas. O linho por estas entidades fiado, é, como se esperaria, sem falha alguma.

Nas localidades de Caratão-Mação e do Sardoal, fala-se em "Janas", mulheres de baixa estatura, invisíveis, fiando um lino muito fino e sem nós. Acredita-se, que se deixar na lareira o linho, acompanhado de dádivas - pão e vinho - este linho será pelas Janas fiado durante a noite.
 No Algarve, acredita-se que se colocar um linho juntamente com um pedaço de bolo, ao pé de uma lareira, no dia seguinte, o linho estará tão fino quanto um fio de cabelo.

 As Janas ou Jãs portuguesas são semelhantes às Xanas das Astúrias, mulheres de cabelos longos e pele muito clara, dançando e cantando nos bosques e prados, visíveis às vezes, ao pôr-do-sol.
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