terça-feira, 2 de agosto de 2016

Como as fadas se relacionam com outros seres - parte 2

Os contos sobre o reino das fadas, assim como o mundo dos humanos, têm se focado tradicionalmente no amor – ambos contos de amantes-fadas e de seres feéricos que se apaixonaram por mortais e por vezes tentaram mantê-los para sempre em seus reinos encantados. Essas histórias, sejam percebidas como folclore puro ou como uma forma de explicar as ocorrências mortais do passado, contam histórias de amor verdadeiro, fadas sedutoras, brigas de amantes, e muito mais.
Talvez a história de amor feérica mais trágica é a da céltica Cliodna do Cabelo Dourado. A filha de Manannan mac Lir, que governou sobre o mar, Cliodna, tinha a fama de ser a mulher mais bela do mundo na aparência mortal. Ela amava o jovem mortal Ciabhan, tanto que deixou o reino das fadas para morar com ele. No entanto, enquanto Ciabhan estava caçandp, o pai de Cliodna enviou um menestrel-fada para encantá-la, e ela foi levada de volta ao reino das fadas em um sono mágico. Ela ainda é vista nas praias, seja como uma enorme onda ou como uma ave marinha, buscando seu amor perdido. Dizem que ela ajuda os mortais enamorados que estão separados a se reunir.
 Abaixo, seguem dois métodos para invocar Cliodna, se você está ansioso para se reencontrar com seu amor:
 – Nomeie seu amor perdido enquanto você segura duas conchas iguais, encontradas na beira da praia ou em um lago, amarrando-as com algas ou gramíneas secas. Lance suas conchas na nona onda que se mover para a praia. Chame o nome do seu amor perdido nove vezes.
- Se você está sem acesso ao mar, improvise com cristais de água marinha, jogando-os em qualquer corpo de água ou correnteza. Conte nove vezes antes de jogar os cristais juntos na água. Chame o nome do seu amor nove vezes.

 Casamentos Feéricos

 

    Algumas noivas de contos sobre fadas que se casaram com mortais parecem ter verificação terrestre.
    As Gwragedd Annwn são mulheres-fada belas, galesas, de cabelos loiros, do mesmo tamanho de humanas, que vivem em palácios submersos em lagos pertos das Montanhas Negras. Essas moças do lago têm, de vez em quando, de acordo com o folclore da região, levado os maridos humanos, embora raramente ficassem com eles. Algumas famílias locais ainda reivindicam herança feérica.
     Uma Dama do Lago em Llyn u Fan Fach, no entanto, disse ser, na verdade, a ancestral-fada de uma linha ininterrupta de galeses curandeiros e médicos. Ainda mais incomum, essa lenda de fadas pode ser datada. Por volta de 1230, os registros dizem que um jovem agricultor viu três mulheres bonitas dançando na praia. A mais bela concordou em ser sua esposa, e seu pai, o rei do lago das fadas, veio de suas profundezas para dar um dote de gado de fadas. No entanto, o rei feérico impôs uma série de condições para sua filha ficar com seu marido mortal. Uma condição era que ela nunca deveria ser tocada com ferro, outra, que ela não poderia ser levada à igreja, e a terceira, que se seu marido a golpeasse três vezes, ela e o dote voltariam para o lago.
       O casal teve três filhos, mas o agricultor quebrou o contrato ao bater em sua esposa-fada três vezes (embora de acordo com narradores masculinos folclóricos menos esclarecidos, o pobre marido só bateu na fada levemente e por um bom motivo). Uma negociação de fada é uma negociação de fada, e lá se foi o gado e a fada donzela, embora ela tenha voltado para ensinar a seus filhos o conhecimento de ervas e da cura. Eles se tornaram os Médicos de Myddfai, curandeiros dos reis galeses. Quando eles morreram, eles deixaram um tratado médico, do qual existem cópias nos dias de hoje. Eu acredito que há um no Museu do Castelo Cardiff.


 Noivas no Reino das Fadas

 

     Mulheres mortais que se casaram ou foram sequestradas por fadas parecem ser tido algo menos do que um destino feliz.
     Uma mulher no dia ou na noite de seu casamento, de acordo com o mito celta, era considerada um grande prêmio pelas fadas, uma vez que era ainda virgem, mas no auge de sua fertilidade. Por isso, até os tempos medievais, uma mulher era acompanhada à igreja por damas de honra vestidas de forma idêntica, de modo que as fadas presentes não pudessem identificar a verdadeira noiva.
     Alguns desses raptos de fadas pode ter tido uma explicação menos etérea. Em partes da Europa durante a Idade Média, o senhor local era permitido de forma não oficial a usar dos serviços da noiva em sua noite de núpcias. Estupro por ricos proprietários de terra e seus filhos era uma ameaça real para as mulheres do país, mesmo em tempos vitorianos, especialmente entre as funcionárias nas grandes casas. Pode ser que a história de um tradicional retorno de uma esposa raptada pelas fadas depois de um ano e um dia, com um bebê de vários meses de idade, era uma maneira aceitável para um marido camponês não parecer traído pelo escudeiro, se a noiva engravidou durante esse sequestro. A noiva despojada poderia ter sido colocada em um reformatório distante durante a gravidez, com a conivência do marido ou um pai, no caso de uma moça solteira.
     Uma típica história de abdução de noiva transformada em uma balada foi a de Colin, o Escocês, cuja esposa foi levada pelas fadas. Sua esposa, dizia-se, voltou invisível todos os dias para ordenhar as vacas e fazer as tarefas; apenas seu canto podia ser ouvido. Em outras versões, ela retorna depois de um ano e um dia com um bebê. Colin estava mantendo sua noiva trancada porque ele descobriu na noite de núpcias que ela estava grávida de outro homem, ainda que por estupro? Ou ela era realmente uma noiva das fadas?
     Alguns sequestros feéricos tiveram consequências mais graves. A mulher que sempre produzia meninos doentes que não sobreviviam ou apenas descendentes do sexo feminino para um homem que precisava desesperadamente de um herdeiro, podia desaparecer de repente; a explicação oficial e muitas vezes inquestionável do seu desaparecimento era de que ela havia sido levada para sempre pelas fadas. Há ainda partes do mundo onde o valor de uma mulher, exceto como uma parideira de filhos, é baixo; este é um lembrete de que, não faz muito tempo, não era de outra forma na sociedade ocidental também.


 Bridget Cleary

 

     Os registros do século passado são obviamente escassos, e sequestro por fadas como uma desculpa para bater ou assassinar a esposa pode parecer pura especulação. Dito isso, sabemos que em Tipperary, na Irlanda, recentemente em 1895, Bridget Cleary foi torturada e queimada até a morte por seu marido Michael. Ele alegou que sua esposa tinha sido raptada pelas fadas e substituída por uma cópia. Michael insistiu que ao destruir a forma encantada de sua esposa, a verdadeira Bidget voltaria em um cavalo branco à meia-noite, Sete de seus vizinhos e parentes, incluindo o pai e a tia de Bridget, estavam envolvidos e mais tarde foram condenados pelo crime. Cem anos mais tarde, Angela Bourke, professora da University College, em Dublin, e autora do livro “The Burning of Bridget Cleary”, afirmou que o caso demonstrou o choque entre duas visões de mundo diferentes, duas maneiras de lidar com pessoas problemáticas, duas maneiras de contabilizar o irracoional, em um momento de mudança social, econômica e cultural profundas.
      O crime de Bridget Cleary foi o de ser economicamente e socialmente independente por seus próprios esforços do que por nascimento. Presumivelmente, se o caso saísse impune, sua morte teria sido muito rentável para o seu marido e sua família, que teriam herdado seu dinheiro.


 Rainhas-fadas Sedutoras

 

     Como as deuses foram rebaixadas a fadas, algumas adquiriram o papel de sedutoras e abdutoras de homens inocentes. Na Escócia, os mitos falam da Bean chaol a chot uaine’s na gruaige buidhe, “a mulher esbelta com túnica verde e cabelo amarelo”, uma rainha das fadas, que tinha a capacidade de transformar água em vinho tinto e girar os fios das aranhas em tartã. A fada sedutora, ao tocar sua flauta mágica de cana, atraía os jovens para dentro de sua colina feérica. A menos que eles deixassem um pedaço de ferro sobre o lintel de entrada, eles seriam obrigados a dançar e servir ao prazer da rainha das fadas até que ela se cansasse deles e os enviasse para casa. Dizem que esses jovens pensariam que só uma noite havia se passado no reino das fadas, mas que na verdade décadas teriam se passado no mundo mortal, e que a jovem namorada a quem eles haviam jurado sua fidelidade eterna agora era uma avó de idade avançada.
      O caso mais famoso de abdução de um jovem que parece ter realmente visitado o reino das fadas foi o de Thomas, o Rimador, cuja balada ainda é realizada em clubes folclóricos com ligações celtas. O verdadeiro Thomas foi Thomas de Earlston (Erceldoune), um poeta do século XIII que alegou ter encontrado a rainha de Elfland debaixo de uma velha árvore mágica. Em troca de um beijo, ele conta como ele foi forçado a ir para o reino das fadas com ela, embora outras versões sugerem que Thomas estava mais do que disposto a ser seduzido. Em algumas contas, a rainha se torna uma bruxa feia, e o ritual encontro de um jovem com uma antiga deusa anciã ocorreu para preservar o ciclo das estações do ano e garantir a fertilidade da terra. Thomas permaneceu no reino das fadas por sete anos, apesar de se passaram apenas três dias no tempo das fadas. Ele foi recompensado com os dons da poesia, da profecia, e com uma harpa mágica.
      Discute-se nos últimos anos que Thomas foi, na verdade, iniciado em um culto de bruxaria local, e que suas visões do mundo das fadas foram xamânicas.


Uma fuga das Fadas

 

      Nem todos os cativos eram tão dispostos como Thomas, nem a rainha das fadas disposta a participar com seu amante mortal. Um dos mais famosos contos, registrados pelo poeta escocês Robert Burns, assim como vários outros poetas, é o de Tam Lin, um cavaleiro escocês que caiu do cavalo e foi capturado pela rainha das fadas. Ela o amarrou com magia e o colocou para proteger uma das entradas para o mundo dos humanos no poço de Carteraugh, perto das fronteiras da Escócia.
     Donzelas jovens foram advertidas a não beber do poço; para cada vez que elas o fizessem e pegassem uma das rosas do seu entorno, Tam Lin apareceria e exigiria que ou a menina desse a ele seu manto verde ou oferecesse sua virgindade.
Uma jovem ousada, Janet, decidiu ver se o mito era verdade, e arrancou uma rosa do poço. Ela e Tam Lin se apaixonaram, e ele quis fugir do reino das fadas para casar com Janet.
      A noite seguinte foi Haloween, e Tam Lin esplicou que havia uma oportunidade que ocorria uma vez a cada sete anos para ele escapar. A Corrida das Fadas aconteceria, quando então as fadas moviam-se para seus quartos de inverno (em algumas versões visto como o inferno). A tropa-fada teve de andar a cavalo ao longo da estrada. Tam Lin disse para Janet esperá-lo na encruzilhada à meia-noite e para segurá-lo, independentemente da forma que ele tomasse.
      Como Tam Lin andava na procissão das fadas, Janet o puxou e o segurou firme. Assim como ele havia avisado à Janet, a rainha das fadas o transformou primeiro em uma salamandra, em seguida em uma cobra, um tigre, um urso, e finalmente em um metal vermelho e quente. Janet segurou firme, e à medida que ele se transformava em metal fundido, ela o mergulhou no poço mágico.
        O feitiço foi quebrado. Tam Lin saiu da água em forma humana, e ele e Janet logo foram se casar.


 Brigas conjugais feéricas

 

    Os casamentos feéricos eram frequentemente tão turbulentos como os terrestres.
     Titania é mais conhecida na literatura como a esposa de Oberon, o rei das fadas, na peça de Shakespeare Sonho de Uma Noite de Verão. Nesta peça, ela é descrita como petulante, disposta a deixar as estações ir para acumular e estragar, enquanto ela persegue sua vingança contra Oberon, que retaliou, fazendo-a se apaixonar por um camponês com uma cabeça de burro.
    Titania era, antes de ser cristianizada e rebaixada (como muitas deusas pagãs) aos status de fada, conhecia como Themis, a deusa titã da justiça e da ordem na Grécia antiga, mãe das Parcas e das Estações.
      Finvarra ou Fin Bheara, que governou as fadas do oeste da Irlanda, era o aparentemente devottado marido da rainha Oonagh. Oonagh foi descrita no verdadeiro estilo vitoriano por Lady Wilde, que coletou relatos de folclore das fadas na Irlanda, como tendo cabelo dourado varrendo o chão, vestido de gaze de prata reluzente, como de diamantes, que eram, na verdade, gotas de orvalho.
      Apesar da beleza etérea de sua esposa, Finvarra estava obcecado com mulheres mortais que, dominadas pela música do reino das fadas, foram arrebatadas para morar com ele para sempre. Dizem também que ele tinha uma segunda rainha, Nuala. Não é surpresa que Oonagh não foi acolhedora para com as donzelas mortais na corte féerica.
      Outras donzelas seduzidas pela música de Finvarra dançaram a noite toda com ele e, pela manhã, encontraram-se em uma colida das fadas, possuindo conhecimento de poções do amor e de magia – e, por vezes, uma gravidez feérica.


 Um encantamento feérico para desejos de amor

 

  1. Encontre uma árvore de fadas: um espinheiro, sabugueiro, oliveira, freixo, salgueiro ou carvalho, ou no hemisfério sul, um eucalipto, árvore de chá, acácia dourada ou manuka espessa.
  2. Sente-se debaixo ou perto de seus ramos em uma noite de luar brilhante durante a semana da lua cheia.
  3. A melhor de todas é a noite de lua cheia. Olhe para cima, para a lua, e sinta as energias positivas do cosmos e da mãe lua, associadas com o amor fiel e fertilidade, fluindo para você.
  4. Observe a luz da lua sendo filtrada através das folhas e fazendo padrões, e você pode tomar ciência da energia viva e movente no interior dos ramos e folhas.
  5. Toque no tronco da árvore cm as mãos, e deixe a força vital do espírito da árvore fluir para você, para que você possa sentir as energias pulsantes de sua essência como uma suave eletricidade.
  6. De pé e ainda tocando na árvore, pressione os seus pés para baixo, em direção às raízes, permitindo que a mãe Terra ofereça a você sua fertilidade e o poder para que você encontre o viva com o(a) companheiro(a) para sempre.
  7. Agora, estenda os braços para cima e retire do interior a força e a cura das folhas malhadas pela lua.
  8. Afaste-se da árvore e, mantendo a lua em vista, faça uma espiral na árvore nove vezes no sentido horário, em círculos cada vez menores, deixando seus pés orientarem. Os nove círculos de poder são um antigo dispositivo mágico, e se você está agora no anel mais interior, tocando o tronco com apenas as pontas de seus dedos, você pode momentaneamente entrar em contato com o espírito da árvore.
  9. Peça à essência dentro da árvore, à Terra, e à mãe lua, para abençoar o seu amor ou para trazer a pessoa que fará você feliz. Você também pode pedir por fertilidade se você estiver tentando conceber uma criança.
  10. Passe um pouco mais de tempo observando o filtro luar através das folhas e amplificando as energias da árvore.
  11. Enterre um brinco de prata ou nove moedas cor de prata, o metal da mãe lua, sob as raízes como um sinal de agradecimento; sussurre o nome do seu amor ou chame no ar aquele(a) que vai fazer você feliz ao encontrá-lo(a).



Fontes: http://www.coelestium.com.br/blog/index.php/fadas-e-amor/
Traduzido por Aoi Kuwan
*texto original por Cassandra Eason, publicado no The Llewellyn Journal

terça-feira, 3 de maio de 2016

Mouras


         As moiras ou mouras encantadas são espíritos, seres fantásticos com poderes sobrenaturais dos folclores português e galego. São "seres obrigados por oculta força sobrenatural a viverem em certo estado de sítio como que entorpecidos ou adormecidos, enquanto determinada circunstância lhes não quebrar o encanto".  Segundo antigos relatos populares, são as almas de donzelas que foram deixadas a guardar os tesouros que os mouros encantados esconderam antes de partirem para a mourama.

          As lendas descrevem as mouras encantadas como jovens donzelas de grande beleza ou encantadoras princesas e "perigosamente sedutoras". Aparecem frequentemente cantando e penteando os seus longos cabelos, louros como o ouro ou negros como a noite, com um pente de ouro, e prometem tesouros a quem as libertar do encanto.
           Podem assumir diversas formas e existe um grande número de lendas, e versões da mesma lenda, como resultado de séculos de tradição oral. Surgem como guardiãs dos locais de passagem para o interior da terra, os locais "limite", onde se acreditava que o sobrenatural podia manifestar-se. Aparecem junto de nascentes, fontes, pontes, rios, poços, cavernas, antigas construções, velhos castelos ou tesouros escondidos.

      Na Península Ibérica, as lendas de mouras encantadas encontram-se também na mitologia Galega e Asturiana. Na tradição oral portuguesa, as Janas são uma outra variante de donzelas encantadas. Na mitologia polaca, a Mora é o espírito que deixa o corpo dos humanos à noite durante o sono. Na mitologia da Letónia, Māra é a deusa suprema. Na mitologia escandinava, Mara ou Mare é o espírito errante que deixa o corpo das mulheres durante a noite e causa pesadelos.

         Quem se sentasse em uma Pedra-Moura ficaria encantado, ou se alguma pedra encantada fosse levada para casa, os animais poderiam morrer. As "Pedras-moura" guardavam riquezas encantadas. Existem várias lendas em que a moura, em vez de ser uma pedra, vive dentro de uma pedra. "A moura, porém, na nossa tradição como que vive dentro da pequena pedra que é arrojada no rio. Mas as fairy irlandesas também vivem no interior das pedras." A moura é também descrita a viajar para a mourama, sentada numa pedra que pode flutuar no ar ou na água. Dentro de grutas e debaixo das pedras, muitas lendas falam que existem palácios com tesouros.



       A Moura-serpente é uma moura encantada que pode tomar a forma de uma serpente. Algumas destas mouras serpentes, ou mouras-cobra, podem ter asas e podem aparecer como meio mulher meio animal, como na lenda da serpente de Noudar ou do Monte d'Assaia.
      A Moura-Mãe toma a forma de uma jovem encantada que está grávida, e a narrativa centra-se na busca de uma parteira que ajude no nascimento e na recompensa que lhe é dada.
      A Moura-Velha é uma mulher idosa; as lendas em que aparecem mouras com figura de velha não são frequentes.

       O ouro das Mouras pode aparecer em variadas formas: figos, pedras, carvões, saias, meadas, animais e instrumentos de trabalho. Existem diferentes meios de se obter o ouro: pode ser oferecido pela moura como recompensa, roubado, ou achado.
      Frequentemente está dentro de um vaso, escondido dentro de panelas enterradas ou outros recipientes, o que já levantou a questão se seria alguma alusão a uma urna cinerária.

         É no dia de São João que se acredita que as mouras aparecem com os seus tesouros, quando se pode quebrar o seu encantamento. Em algumas lendas é neste dia que a moura encantada espalha os figos num penedo, ao luar. Noutras variantes, a moura espalha os figos ou a meada de ouro ao sol em cima do penedo. Estas lendas estão possivelmente relacionadas com a tradição popular de, nalgumas regiões, apanhar-se o figo lampo no dia de São João, um figo branco que se levava de presente. Este dia marca a data do solstício de Verão, sendo a sua referência talvez a reminiscência de algum culto solar pagão.
Mouras também costumam habitar poços, como mencionado num post anterior.

       A fonte é um dos locais que as mouras aparecem frequentemente, muitas vezes como serpentes. Muitas vezes eram atribuídas virtudes mágicas às suas águas, como na Fonte da Moura Encantada. Também é do costume popular dizer de quem casou em terra alheia, "bebeu da fonte" e ficou enamorado, numa alusão às lendas em que os jovens se apaixonam e ficam encantados pelas mouras.
O encantamento da moura pode ser causado pelo pai ou algum outro mouro (ou gênio) que a deixou a guardar os tesouros, geralmente uma figura masculina. São geralmente os mouros que têm o poder de encantar as mouras. Nas lendas, a moura pode aparecer sozinha, acompanhada de outras mouras encantadas, ou de um mouro, podendo este ser um pai, a pessoa amada, ou um irmão.
         Para se realizar o desencantamento da moura, pode ser solicitado segredo, um beijo, um bolo ou pão sem sal, leite, o pronunciamento de algumas palavras, ou a realização de alguma tarefa, como não olhar para algo velado e aguentar a curiosidade. Falhar é não desencantar a Moura e "dobrar o encanto", não obter o tesouro desejado ou perder a moura amada.
       Nas lendas em que é solicitado o pão, levanta-se a hipótese de estarem relacionadas com a antiga tradição de se oferecer alimento aos defuntos. Do mesmo modo, o leite pode estar relacionado com as oferendas que se faziam às águas das fontes e às cobras. A população mais antiga contava também que as cobras gostavam muito de leite. Uma das lendas das mouras de Formigais faz referência à preferência das mouras por leite. Quando desencantada, a moura pode tornar-se humana e casar com o seu salvador ou desaparecer. Na "Lenda do cinto da moura", depois de desencantada os mouros tentam encantar novamente a moura e fazer com que retorne à mourama.
         A mourama é um local mágico onde moram os mouros encantados. Nas lendas com um contexto histórico, é o local onde os mouros muçulmanos vivem.
       O tempo da mouraria representa um tempo incerto no passado, a mesma referência intemporal do "Era uma vez" ou o "Há muito muito tempo", com que começam os contos de fadas.



        As mouras eram associadas a vários fenômenos naturais ou elementos da natureza. Acreditava-se que o eco era a voz das mouras. Algumas lendas contam que há locais onde ainda é possível ouvir uma moura a chorar.
Os monumentos funerários são frequentemente associados às mouras. Em algumas regiões, os Dólmens são chamadas popularmente de mouras ou Casa da Moura, e antigamente acreditava-se que as mouras viviam nestas construções. A Pedra da Moura, a Antas de Pala da Moura, e a Anta da Arquinha da Moura são exemplo dos monumentos associados às lendas.
       Outro tipo de sepultura associada às mouras são as sepulturas cavadas na rocha, como é o caso de Cama da Moura, Cova da Moura e Masseira. Segundo a narrativa popular, a sepultura chamada Masseira era o lugar onde a "moura amassava o pão".
Numa outra versão da lenda, o monumento pré-histórico Pedra Escrita é o local da sepultura de uma moura.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Passagens ocultas para a Fairyland


       Fairyland é um dos muitos nomes que dão ao país das fadas. Até hoje, ninguém conseguiu provar com evidências sólidas ou físicas de que tal lugar de fato exista realmente ou onde se encontra, mas acredita-se que haja portais que dão acesso ao reino mágico das fadas, ocultos em nosso mundo. Um leitor me perguntou num comentário de um dos posts de A Dança Das Fadas como eram esses portais, e eu decidi fazer esse post para compartilhar a informação com todos vocês.
          Eu já tinha lido alguma coisa em um dos livros da Eddie, fiquei curiosa e pesquisei em alguns sites sobre qual seria a forma desses portais. Talvez, vocês já tenham lido algo a respeito também, então, tanto melhor, porque podemos trocar uma ideia depois.

            Esses portais podem assumir várias formas, dentre as mais comuns estão: Círculos de cogumelos (comuns em países como Irlanda e Inglaterra; mas há alguns no Brasil também, embora, não sejam tão comuns quanto em outros lugares), círculos no gramado (difícil de explicar, mas se parecem aqueles sinais supostamente deixados por aliens, ou seja lá como chamam os extraterrestres), árvores diferentes (sabe aquela árvore torta de nascença ou diferentona mesmo que dá vontade de cortar porque estraga seu adorável jardim? Pois é, ela bem pode ser um portal camuflado e cortá-la, vai fechá-lo) ou a árvore anciã (a árvore mais velha ou antiga), poços (tá, não vai sair querendo se jogar em qualquer poço, porque das duas, uma, ou você morre ou acaba dando de cara com a Samara) – não é qualquer poço, vou explicar mais adiante -, morros e colinas (como As Montanhas Da Superstição no Arizona); rios, lagos (Como Triângulo do Lago Michigan e o Triângulo de Bennington) e cachoeiras; cavernas, algumas estradas (como um caminho misterioso em uma floresta irlandesa, onde pessoas costumam desaparecer) e florestas como Ballyboley, em Larne, na Irlanda do Norte. Bonita, mas extremamente fria, sombria e bastante sinistra. De acordo com uma lenda celta, ela é uma “porta” para o outro mundo. Inclusive, algumas lendas contam que já foram vistas e ouvidas por lá pessoas vestidas de trapos marrons, além de árvores manchadas de sangue, colunas de fumaça negra, sussurros misteriosos e vozes gritando. Dizem ainda que entre os séculos 15 e 17 muitas pessoas desapareceram por lá e nunca mais voltaram.
        Outra floresta curiosa é a Hoia Baciu, na Romênia. Esta densa floresta é praticamente conhecida como o “triângulo das bermudas” da Romênia e traz relatos de visitantes que dizem ter presenciado sumiços e fenômenos inexplicáveis, sentindo náuseas e tonturas, e até queimaduras, além de terem ouvido vozes e passos, e também afirmam ter, de certa forma, viajado no tempo. Uma lenda local diz que um pastor entrou na floresta com duzentas ovelhas, mas que ele e os animais desapareceram sem deixar rastro.
         Outra história diz que uma mulher entrou na floresta e ressurgiu sem ter ideia de quanto tempo havia passado. Talvez a teoria mais fascinante em torno Hoia Baciu é que toda a área tem sido descrita como "uma porta de entrada para outra dimensão”, tornando-se objeto de especulação de estudiosos de paranormalidade e ufólogos.

Dispensa apresentações, né?

      
            Agora, voltando aos poços, há muitas lendas envolvendo poços, é só saber procurar. Já ouvi falar sobre A Virgem Do Poço, mas não sei se é mesmo uma lenda ou só um conto... Bem, eu nem sei se quero saber porque fantasmas não são muito a minha praia. O fato é que, lendas com poços não surgiram graças a filmes como Ringu (versão japonesa, original de O Chamado) ou o Chamado, mas sim, se popularizaram um pouco, graças a isso, e é quase impossível não associar um poço a bendita Samara do filme. Mas não vamos falar da Samara, vamos cavar mais fundo...
Mais fundo...
E mais fundo...
          Antigamente, mas MUITO antigamente mesmo (desculpe, eu não sei precisar uma época exata, mas acredito que tenha tido início na época dos celtas, no entanto, não tenho certeza, porque não encontrei nada em minhas pesquisas), as pessoas acreditavam que poços podiam ser usados como portais para o Outro Lado, provavelmente porque se pensava que os Elementais moravam embaixo da terra, e na cabeça deles, se você cavasse fundo o bastante... Entendeu, né? Aquela velha história de cavar um buraco para chegar do outro lado do mundo é VELHA de fato!
         Daí também veio o costume de jogar moedas no poço (e posteriormente em fontes) e fazer desejos. Os indícios mais antigos já encontrados dessa prática remontam ao período em que a Europa era dominada por diversas tribos nômades. Nessa época, muito anterior ao cristianismo, esses povos viviam vagando pelas extensões do continente e nem sempre encontrar água potável era algo fácil de fazer.


                
        
         Quando encontravam alguma, acreditavam que era um favor de seus deuses, e que precisavam retribuir de alguma forma. Eles então atiravam uma moeda como pagamento pela dádiva. Mesmo depois que esses nômades se estabeleceram em pequenos assentamentos, que logo virariam cidades, e criaram os primeiros poços e fontes, o costume permaneceu.
       No entanto, nem só de moedas viviam os deuses, por assim dizer. Ainda na Inglaterra, existe também o Poço de Pen Rhys, na região de Oxford. Em vez de dinheiro, o que as pessoas atiravam lá eram pedaços de roupas. Como as pessoas acreditavam que a água possuía efeitos curativos, costumavam atirar botões, fechos e fragmentos de tecidos tirados de pessoas doentes, esperando que o ato fizesse com que elas sarassem. A crença nos poderes curativos desse poço em particular continuou forte até o século XVIII.
           

Sacrifícios e assassinatos envolvendo poços

           

         Há algum tempo atrás, Arqueólogos descobriram um poço ritualístico de 1.200 anos, sob um antigo templo, onde jovens mulheres da cultura Lambayeque foram sacrificadas.
         A análise que os pesquisadores fizeram sobre os restos de seis mulheres, encontrados no interior do poço peruano, revelou que elas foram vítimas de um sacrifício ritualístico, em que sacerdotes pré-incas bebiam seu sangue e comiam parte do seu corpo.
        O poço foi achado sob um antigo templo de Huaca Santa Rosa, no distrito de Pucará, e os corpos das mulheres estavam dispostos de tal modo que suas cabeças apontavam em direção aos Andes.
        A cultura Lambayeque foi uma das primeiras a construir grandes templos na região do Peru. Hoje, ela é reconhecida por seus sanguinários rituais de sacrifício. Segundo o arqueólogo Edgar Bracamonte, da Universidade Nacional de Trujillo, o templo descoberto funcionava como um local secreto, utilizado pelos sacerdotes para sacrificar mulheres em cerimônias privadas.

            Já nos tempos atuais no Brasil, aconteceram crimes bárbaros, duas adolescentes foram estupradas por cinco homens. Uma delas conseguiu fugir, mas a outra, infelizmente, não teve sorte e foi violentada e espancada até a morte, e depois jogada num poço.
            Teve também uma menina de cinco anos que foi encontrada num poço pelo pai, e uma outra de doze anos que foi achado em outro poço por dois caseiros. Não vou entrar em detalhes sobre esses casos (quem quiser saber mais a respeito, pesquise no Google, usando palavras chaves como "garota" e "poço") porque é revoltante e eu sou uma pessoa bastante sensível. Ainda estou absorvendo essas informações assustadoras. Coitadas dessas garotas!


As fadas dos poços

                   
Cena do filme Dark Water


                 Segundo o folclore Português e Galês, lugares como ruínas, rios, lagos, colinas e poços são protegidos por um tipo de fada, as Mouras. Estas possuem longos cabelos dourados ou negros como a noite. Segundo a lenda, uma delas pode aparecer com uma bandeja de prata, cheia de figos e oferecer ao humano que tiver a “sorte” de encontrar com ela. Se a pessoa for idiota o suficiente para aceitar a fruta, troca de lugar com a fada, ou seja, toma seu “fado”, em outras palavras, torna-se “amaldiçoada”, e a única forma de se libertar é convencendo outro trouxa a comer o figo.

             Outras Mouras, ainda, podem atrair crianças e pessoas jovens e belas até seu poço (ou riacho, ou ruína, etc) e matar a pessoa para ficar com ela para sempre. Romântico, né? Só que não. Com certeza, é assustador demais. Morrer afogado não é nada sentimental. E, no caso de uma Moura menina (claro que existe, toupeira), ela pode desejar ter uma mamãe ou um papai... #Medo. Sério, dependendo da Moura, ela não se importa muito em se libertar, mas sim de acabar com sua solidão. Por isso, se mantenha longe de poços, amiguinho. ;)
            Difícil dizer como seria um poço habitado por fadas, mas certamente, há de ser um poço velho e antigo. Pode haver outros sinais, se for um bom observador, como pegadas de sangue nas paredes internas, fios de cabelos boiando nas águas e sons estranhos que veem do fundo da água. Se for um poço desativado, tá valendo do mesmo jeito porque fadas adoram lugares abandonados, daí, muitas vezes, podemos confundi-las com fantasmas, porque dificilmente imaginamos que fadas podem habitar lugares “sombrios”.
          Se você é corajoso o bastante, pode ir até um poço e deixar uma oferenda às fadas (uma flor, por exemplo, ou um doce na borda do poço), mas cuidado! Não chega muito perto, viu? Nunca se sabe quando se vai “escorregar” e cair...

          
       Aproveito para recomendar o filme Dark Water (ou sob o título Água Negra, aqui no Brasil). O filme conta a história de uma mulher que está brigando com seu ex marido pela guarda de sua filhinha. A coitada enfrenta maus bocados (mudando-se para um prédio assombrado, caindo aos pedaços e arranjando um emprego chato) só para não perder a guarda da menina. O apartamento acima do seu é assombrado pelo fantasma de uma garotinha que morreu afogada e deseja uma mãe. É um filme assustador, mas emocionante, que mostra como é forte o amor de uma mãe por seu filho (a). Eu chorei vendo! Super recomendo. Ah, tem a versão japonesa e a versão americana (acho que é americana), eu assisti só a americana e adorei! Se você já viu, não deixe de comentar o que achou. ©


Beijinhos de creme de leite.

domingo, 27 de março de 2016

Como se comportar na presença de uma fada


          Boa-tarde meus raios de sol!
Obrigada por mandarem sugestões de posts para mim. Continuem mandando, porque eu gosto. Dessa vez, eu escolhi uma sugestão que achei bem interessante, e acredito que vocês também acharão:

Como se comportar na presença de uma fada?

 


             É normal que se sintam nervosos e que tenham muitas dúvidas e receios, comigo foi assim, também. Acreditem?
           Como em qualquer encontro, é normal se preocupar com a coisa certa a dizer, a roupa que vai usar, o que fazer e o que não fazer. A finalidade deste post é orientá-lo nesse momento tão especial, o encontro com um ser espiritual.
          Mas por que se preocupar com isso, afinal, não são apenas espíritos? Não é bem assim, amiguinho. Elementais são seres vivos que habitam outra dimensão – diferente das almas humanas que se encontram desencarnadas -, ou seja, eles vivem de forma semelhante a nós, e se importam sim com aparência e bons modos. Não pense que eles vivem em florestas (estas são usadas mais para ocultar portais que permitem o acesso ao mundo deles), vestidos como eternos camponeses. Assim como o Homem evoluiu, o Elemental também evoluiu; aliás, em parte, devemos nossa evolução a eles, porque são eles que estão sempre por perto, nos guiando, nos consolando e protegendo. Eles ajudam como podem porque se importam.
              Assim como em cada país há seus costumes e tradições, o mesmo se passa com os elementais. Cada um se comporta e pensa de uma forma diferente... Às vezes, bem diferente de nós. Isso pode ser bom, por um lado. Mas ruim, por outro, dependendo da pessoa e do elemental. Vou tentar comparar os elementais com nações do nosso mundo para vocês entenderem mais facilmente como eles são (mas não leve tão ao pé da letra, por favor? Lembrem-se, eles NÃO são humanos).
            Os elfos são mais como os Russos; belos e talentosos (adoro música russa e recomendo), mas um tanto frios e conservadores, e homofóbicos. Pelo menos, os elfos os quais eu contatei são assim! Quando pesquisava um pouco mais sobre a Rússia, por conta da minha nova fanfic, me espantei ao perceber como elfos e russos tinham muito em comum. Lembrando que os elfos que eu contatei são elfos sombrios e, tem uma mentalidade atrasada. Não tenho muita certeza sobre como são os elfos de luz e nem quero descobrir. Não agora que estou me afastando disso.
       Fadas são difíceis de se comparar com algo ou alguém deste mundo, mas... Humm... Acho que elas são mais como os gregos (sempre preocupados em manter uma boa aparência) e como os irlandês (faça o que quiser, mas respeite os outros), e com uma pitada dos japoneses (brilho, cores, excentricidade e MUITA alegria). Assim, são as fadas. Mas não precisa correr para estudar mais sobre os irlandeses (embora, seja recomendado para quem goste tanto assim de fadas) ou os japoneses. Basta saber que fadas respeitam muito o estilo e a opção sexual alheia (sim, diferente dos elfos e dos russos, elas respeitam isso), mas o mínimo que esperam é que a pessoa que as contata seja educada e tenha amor próprio. Por amor próprio, eu quero dizer, não apenas que cuide de sua aparência física, mas que, também, tenha um pouco de orgulho e não ande por aí, esfregando a cara na lama, em outras palavras, se humilhando.

                Ninfas são meio ao estilo italiano (eternas românticas) e francês (meio burlesque). Não vão te julgar por sua aparência ou por sua opção sexual, mas sim pelos seus pensamentos e sentimentos e atos. Uma coisa que você tem de saber: Ninguém, nunca, engana um elemental, a menos que ele permita. Eles podem ouvir nossos pensamentos e perceber as cores de nossas auras vibrando conforme nossos sentimentos. Por isso, seja sempre sincero, para o bem ou para o mal. Sempre deixe suas intenções claras. Quando fizer qualquer coisa que de certa forma afete determinado elemental, explique a ele suas razões. Se for sincero, com certeza, ele entenderá. Num encontro com seres sensíveis como ninfas, isso é o mais importante, sinceridade! Ninfas, assim como as mulheres humanas, não estão atrás só de sexo, e sim de amor e compreensão. Não haja como uma babaca! Caso contrário, se atrair uma bacante, o problema vai ser seu! Se procura um elemental por segundas intenções (ah, vai saber, eu não te julgaria), recomendo os elfos.

            Agora, que tal um jogo rápido do que fazer ou não durante um encontro com um elemental? Beleza. Vamos lá, então!

1 -     O que falar:

 

  Seja sempre direto, sincero e preciso. Alguns elementais detestam enrolações, e outros, podem acabar entendendo tudo errado. Escolha as palavras com cuidado. Eles costumam levar as coisas muito ao pé da letra. Tipo, se você disser algo como: “eu devia quebrar o pé para assim faltar ao trabalho”, as chances de você quebrar o pé serão 89%. O quê? Quem mandou desejar isso!

                  Não faça piadinhas. Nem todo elemental entende piadinhas humanas e muitos podem se ofender e te dar uma surra. Não assobie (alguns duendes odeiam), nem batuque muito (fadas se assustam com batidas e “eu também, embora eu não vá estar aí”... kkk). Procure falar baixo, calmamente para o elemental entender tudo direitinho e não pensar que você é maluco! Evite perguntas tolas. Na dúvida, fale um pouco sobre você, o que gosta de fazer e o que espera dessa nova amizade. Se quiser fazer perguntas sobre ele e seu mundo, sempre diga antes algo como: “Vou entender se não puder responder, e também não precisa me dizer nada que seja proibido ou comprometedor”. Lembra da vez em que eu escrevi que quem sabia demais estava condenado? Por isso, ISSO. Não vai querer saber coisas que te coloquem em “risco”. Ok?




                   Deixe sempre que o elemental fale primeiro. Já repararam que durante viagens astrais e visualizações, alguns elementais aparecem e ficam nos encarando por um bom tempo em silêncio? Cara, eu nem imaginava o motivo e quando li num livro da Eddie, eu até chorei! É porque se você falar primeiro num encontro com uma fada, pode se tornar cativo dela. E quantas vezes eu fiz isso antes de ler esse livro... Nossa! Não estou cativa de nenhuma fada, nem em sonho. Mas também, vou ficar um pouquinho mais esperta. Se bem que não me importaria de ser raptada por uma fada (do bem, claro), mas ninguém me quer... A não ser aqueles elfos, filhos de... ~Le respira e volta para o texto.
             Falando sério, agora. É estranho mesmo que alguns elementais esperem a gente falar primeiro, mas se virmos por outro lado... Isso pode ser um sinal de educação. Acredito mais nisso, porque muita gente se encontrou com fadas, foi o primeiro a falar e ainda se encontra entre nós. Por isso, nada de pânico. O que acontece mesmo é que alguns elementais nunca falaram com humanos antes e ficam tão surpresos quanto nós diante deles, e tem medo de nos assustar. Quantas vezes, alguém se deparou com um elemental, o coitado disse um “oi” e a pessoa fez sinal da cruz e saiu correndo? Isso magoa, viu? Se coloca no lugar dele por um momento? Eu me sentiria horrível e choraria mais que a Cacau do BBB.
                  Se a visão de algo dito surreal já é impactante, imagine então, a audição? Os elementais tem noção de que muitos de nós são medrosos. Mas alguns se divertem com isso, como crianças que adoram pregar peças nos outros. Então... Paciência!


2-      Sobre os presentes:






            É costume para muitos de nós, presentear alguém num primeiro encontro (não estou falando de encontros de namorados, mas de encontro no geral), certo? Mas deve-se escolher com cuidado o que dar a um elemental para não ofendê-lo. Não vou fazer uma lista ENORME aqui do que dar ou não de presente. Use seu bom senso. Pesquise sobre o elemental que está contatando e descubra o que o agrada e o que o desagrada.
                    Elementais da Terra (elfos, gnomos, duendes, etc) detestam tecidos finos. Uma opção é oferecer doces de chocolate, jujubas e cubos de açúcar a eles. Balas de caramelo ou leite também são uma ótima opção. Ah, creme de leite ou leite deve satisfazer e muito os elfos. Pode dar miniaturas de pás para os gnomos, eles vão gostar. Saquinhos (sempre com tecido grosso) cheios de sementes ou grãos (milho, arroz, feijão, etc) também devem deixa-los alegres.
                     Ninfas gostam muito de joias (não importa se bijuterias, mas tem de ser bonito, delicado e colorido, e se brilhante, melhor ainda), flores, poemas e canções (se tiver uma voz de anjo como o meu amigo Bruno, vai fundo), e doces como bombons, jujubas, balinhas de leite e caramelo e bolos (se gelado, tanto melhor).
                   Fadas detestam ferro, então não seja babaca! Nada de tambores também, viu? Prefira joias (coloridas e brilhantes, mesmo que sejam bijuterias), doces como beijinho, creme de leite e balas de leite ou caramelo, etc. Não dê roupas a elemental algum, senão ele vai embora para nunca mais voltar (com exceção dos elfos, eles não tem vergonha na cara mesmo). Se for uma fada menina, pode dar um brinquedo a ela, como uma boneca fofa ou uma bola colorida, leve. Aí, depende do espaço que você dispõe e com quem mora. Eu não tenho problemas com isso, porque aqui em casa, minha mãe é a primeira a querer tratar os elementais como gente. Kkk. Sério. Uma vez, estávamos pegando bolachas no mercado e ela pegou dois pacotes a mais. Perguntei por quê? Ela disse: “mas e os outros dois meninos?”. Eu perguntei: “que outros dois meninos, mãe? Só tenho três irmãos”. Ela riu e disse: “Os meus outros dois filhos... O Freddie e o Wili”. Kkk. Minha mãe é um amor! Compra pão até para o cachorro!


3-    Como se vestir:

 

 


Achou que ia esquecer, né? Só que não. Causar uma boa primeira impressão é muito importante, então, capriche sempre no visu quando for contatar qualquer elemental. Não precisa colocar uma roupa de festa, mas penteie os cabelos, passe um batom e um perfume, e claro, não esqueça o mais importante, o sorriso! Elementais se encantam facilmente com pessoas alegres, bem humoradas. Procure ficar tranquilo, ANTES, DURANTE e DEPOIS do ritual, porque cada momento conta. Não é porque você bateu na porta, alguém não respondeu e você pensa que não tem ninguém em casa. Certo? Tem de ser paciente. Elementais tem vida própria (com exceção dos elfos, eles são desocupados mesmo), e às vezes, quando recebem o chamado, podem estar ocupados estudando (é claro que eles estudam, tá pensando que é o único quem se mata com essas provas e trabalhos escolares?) ou ajudando outra pessoa. Sim, um único elemental pode receber mais de um chamado, dependendo da afinidade que possua. Então, ele pode escolher atender quem precisa mais dele naquele momento. Mas não se aflija. Continue batendo na porta, que uma hora, outra pessoa escuta e vem atende-lo. No meu caso, eu acho que bati tanto na porta que acabei arrombando ela. Kkk. Mas valeu a pena. Recebi tanto amor e carinho das fadas que nem me sinto mais humana. Me sinto como se fosse uma delas. Pela forma que elas me trataram. Isso porque eu não desisti e insisti. Não foi fácil, viu? Foram anos tentando, mas finalmente, eu consegui. Agora, devo me esforçar para não perder esse contato, seguindo os conselhos delas.

                   Prefira usar roupas de cores claras, ou bem coloridas. Se você gosta muito de preto (novamente, não julgo, porque houve uma época em que o preto dominava em meu guarda-roupa), tente combinar com branco, rosa ou vermelho. Fica menos sombrio e mais fashion, e as fadas, com certeza, vão admirar.
                   Não use roupas muito vulgares, pois alguns elementais podem ser conservadores ou babacas. Teve uma vez que dormi nua e para quê? Quando cheguei do outro lado, estava pelada e foi constrangedor. Também, tenho evitado dormir muito com pijama, porque na Elfland eu sempre apareço com a roupa com a qual fui para a cama. Um drama. Parece que só com as fadas o lance é diferente.

4-   O local:





           Não importa se vai ser na sua casa, numa praça ou onde quer que seja, mas o lugar deve estar pelo menos limpo e bem arrumado. Se for na sua casa, acenda um incenso e decore com flores ou balões coloridos se preferir. O importante é deixar tudo bonitinho. Coloque música para dar uma harmonizada no ambiente. Nada barulhento demais e nada vulgar. Pelo amor de Aine, não vai colocar Metálica ou Valesca. Escolhe algo mais como Karmin, MBAND ou Enya. Uma coisa alegre, com cores (no caso de vídeos) e sentimento. Pode ser moderna. Elementais adoram música moderna. Então, não precisa ouvir Enya, Mozart ou Katherine Jenkins – só se você achar que sim -. Eu dificilmente ouço. Vai ver é por isso que atraio fadas maluquinhas, que falam sem parar, e silfos que falam coreano mesmo sabendo que não entendo uma só palavra (silfos tem problemas, sério). Kkk.


     E no caso de um encontro inesperado? É por causa disso, que você deve estar sempre apresentável (pelo menos pentear os cabelos e escovar os dentes). Tente não gritar nem fugir, mas se acontecer... Aconteceu. Normal. Volte mais tarde no local onde viu o elemental e deixe uma oferenda ali com um bilhetinho em letras douradas, pedindo desculpas. Eu não fiz isso porque fui boba! Mas ok. Na próxima, quem sabe.
                Ah, outra dica importante: JAMAIS leve nada com você se estiver no reino dos elementais, a menos que lhe seja dado. Não importa se está numa viagem astral ou não. É deselegante. Você não gosta quando algo desaparece misteriosamente de repente, gosta? Imagino que os elementais também não.
             Evite fazer bagunça enquanto estiver na casa deles ou não reclame se depois eles pagarem na mesma moeda...
                 Pode ser que eles lhe ofereçam algo para comer ou beber, tente recusar gentilmente. Se insistirem, aceite mas não beba nem coma nada, a menos que sua intenção seja ficar com eles para sempre após sua morte. Aí é com você. ©

Beijinhos de iogurte a todos, e até o próximo post.





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...