terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Fadas podem possuir pessoas?

Imagem de Stefan Keller por Pixabay

A pedido de um leitor, hoje, trago este post contando a vocês  como é dividir o corpo com um espírito.
    Certamente você já ouviu falar em possessão, mas ela não ocorre apenas por demônios, pode ser causada também por espíritos humanos (no espiritismo há vários relatos de médiuns que “emprestam” ou “cedem” seus corpos temporariamente para que alguns espíritos possam falar ou atuar através destes, estabelecendo assim, uma comunicação entre os vivos e os mortos), elementais e mesmo deuses.
    Para compreender melhor como a “possessão” funciona, primeiro você precisa saber a diferença entre Evocação e Invocação, muita gente confunde e acha que é a mesma coisa, mas não é.
    Evocação é quando atraímos um ser espiritual (deus (a), elemental, fantasma, etc) para nos auxiliar ou assistir durante um ritual.
    Invocação é quando atraímos um ser espiritual (deus (a), elemental, fantasma, etc) para se mostrar a nós através de nossos corpos, ou seja, “possuindo-nos” parcialmente. Diferente da típica possessão demoníaca – onde a pessoa fica subjugada a espíritos malignos que tem como único propósito causar medo, constrangimento e sofrimento –, a invocação, quase sempre se dá com um propósito de crescimento espiritual, proteção, cura e regeneração. Você não perde o controle sobre seu corpo e ainda é capaz de tomar suas decisões por si mesmo; embora, possa ser influenciado, seu livre-arbítrio é sempre respeitado. Você percebe e vê (em sua mente, através de seu “terceiro olho”) o espírito em seu corpo, sente sua influência e até mesmo pode ouvir sua voz.



“Possessão” causada por deuses

Imagem de Stefan Keller por Pixabay


A possessão por deuses parece incomum, mas não é. Nem toda bruxa gosta de falar sobre isso porque muitas compreendem que os deuses (como observado em várias mitologias como a Grega, a Celta e a Nórdica) não tem medo de interferir nas decisões diárias dos mortais e quando devidamente invocados podem manipular tudo a seu bel prazer, em favor de seu favorecido ou mesmo por puro capricho (perceba que há muitas divindades caprichosas e travessas, tais como Afrodite e Loki). Já vi bruxas afirmarem que os deuses não perdem seu precioso tempo com meros mortais, mas há exemplos nas mitologias que ilustram justamente o contrário: Zeus que assediava mortais (homens e mulheres) se metamorfoseando em animais para “seduzi-los”, gerando semi-deuses, os quais, ele (quase) sempre agia em favor.
    Odin que teria transformado uma das mais belas mortais na deusa Sunna.
    Odin e Freya que desde sempre interferem nas batalhas humanas, decidindo quem vence ou perde, quem vive ou morre.
    E o deus Mani que sempre consolou as mulheres que se sentiam solitárias, tornando-se um amante misterioso que só aparecia nas noites de luar.
    Talvez, tais interferências divinas aconteciam com mais frequência anteriormente porque as pessoas eram mais ligadas aos deuses e a natureza que atualmente. Não significa que, hoje em dia, os deuses tenham nos deixado por conta própria. Eles ainda interferem em nossas vidas e escolhas conforme permitimos. Não raro, me deparo com relatos em livros e sites de bruxos que se sentiram subjugados por deuses e deusas e que sofreram simplesmente porque não sabiam como lidar com isso.
    Deuses possuem uma energia forte que, em excesso, pode nos fazer mal. A exemplo, se você é uma pessoa naturalmente sensível, deve maneirar nas invocações a deusas como Dana e Blodeuwedd ou pode beirar a um amor de sacrifícios, desejando abraçar o mundo e sofrendo ao sentir que  ao menor erro, fracassou. Talvez, queira invocar Badb então e tornar-se forte, porém… Pessoas sensíveis são como bombas relógios e podem se estressar facilmente e achar que a melhor maneira de conseguirem o que querem é através de uma boa briga. Deuses sombrios quando invocados tendem a dominar e subjugar nossa vontade, alimentando nossa revolta contra tudo o que nos enfraquece. Se no fundo de sua alma, você acredita que sofre porque alguém te faz sofrer, é uma péssima ideia invocar alguém como Badb porque você acreditará que não precisa de ninguém que o puxe pra baixo (nem sempre é a pessoa que te puxa pra baixo, às vezes, o erro está em você e não no outro, só é preciso humildade para enxergar isso) e de, uma forma ou de outra, encontrará um jeito de afastar a pessoa em questão, quase sempre, agindo como um perfeito e insensível babaca.
    Invocar os deuses é bom, mas com cautela. Estude mais sobre eles, mas estude de verdade. Não basta ler um texto bonitinho em um site sobre determinado deus (a) e contatá-lo (a) logo a seguir. Primeiro, busque mais informações através de outras fontes – não importa o quanto determinado texto pareça completo – para, mais adiante, não se deparar com facetas pouco agradáveis de determinados deuses. Tem gente que garante que os deuses não possuem sombra, mas não é verdade. Todos são compostos de luz e sombras. É importante ter consciência disso para depois quando se deparar com outra fonte sobre determinado deus (a) apontando seu lado sombrio, não se desapontar.
    Antes de invocar um deus ou deusa, veja qual qualidade dele você deseja atrair para si… Proteção? Autoconfiança? Amor? Etc.
    Os deuses não ficam vinte e quatro horas por dia ao nosso lado, mas sua energia e influência sim, e, às vezes, isso assume uma forma que julgamos ser a do próprio deus. Meu conselho é que trabalhe um tempo com um deus, depois com outro, ou mesmo com dois ao mesmo tempo (desde que sejam do mesmo panteão e não sejam inimigos senão você está sujeito a sofrer um desequilíbrio porque cada deus quererá impor sua vontade e você terminará como um ser bipolar).
    É você quem julgará por si mesmo qual panteão lhe agrada mais. Eu tenho muito carinho e respeito pelos panteões celta (Dana é uma das minhas deusas preferidas) e nórdico (especialmente este último porque o deus que eles temem tanto, Loki, eu amo, embora, fique meio sem graça com isso porque também gosto de Baldur, inimigo de Loki).


Possessão causada por Elementais

 


Elementais também possuem pessoas e, nem sempre movidos pelas mais puras intenções. Kitsunes costumam emprestar algumas de suas qualidades ou habilidades mágicas a quem possui e agem como guardiãs, mas, outras, podem possuir pessoas apenas por diversão para causar constrangimento em alguém que tenha irritado muito elas.
    Djins também possuem pessoas parcialmente ou completamente por diversão, malícia ou maldade. Geralmente, quando djins maldosos querem possuir uma pessoa, primeiro, eles a assustam, através de um pesadelo ou uma visão (eles adoram tomar a forma de cobras e deslizar – muitas vezes, invisíveis – por debaixo dos cobertores), aproveitando-se do momento de fragilidade de seu alvo para assumir o controle de seu corpo. Se há seres mais teimosos e insistentes que elfos e fadas, estes são os djins. Extremamente manipuladores e possessivos, eles tem dificuldade em obedecer quem os contata, primeiro, porque se sentem superiores aos humanos, segundo, porque está em sua natureza dominar e ludibriar, e terceiro, porque eles já guardam mágoa dos humanos desde antes do tempo do rei Salomão (que  os teria forçado ao trabalho escravo).
    Antes mesmo de contatar a minha guardiã Gaion, eu já havia atraído uma djin azul (Marid), mas como é natural dos djins esconder sua verdadeira natureza, eu achava que Bree (é como eu a chamo) era uma ninfa, e posteriormente, passei a acreditar que era uma súcubo, até que recentemente, um espírito guardião me mostrou a verdadeira forma dela. Então, eu compreendi porque não adiantou tentar formas de se expulsar uma ninfa ou uma súcubo.
    Estou contando isso para que sirva de exemplo a você, leitor. Nunca tive a intenção de contatar um djinn. Lembro que conversei uma vez com um homem pelo Face e ele tentou me falar de djins, mas eu não levei muito a sério porque estava mais fascinada por fadas e elfos. E como eu contatei um djin? Pois é… Foi como aquela vez com os elfos… Acendi velas vez ou outra e só ofereci aos elementais do fogo. Mencionei a palavra “djinn” uma única vez, acreditando que se tratava apenas de um deva responsável pelos elementais do fogo.
    Bree não foi a única djinn que contatei, teve um outro que chamo de Jinn ou Dean (numa brincadeira com a própria palavra Djinn já que a pronúncia das palavras são semelhantes) e estou tendo problemas com ele. Eu fui assombrada por meses por uma voz feminina que repetia com ódio e possessão “ela é minha” e sabia que era a Bree, mas não sabia porque ela fazia isso. O que acontece é que a Bree, mesmo me assustando, sempre me protegeu, e quando algum espírito se aproxima da minha cama, ela me avisa. Se é um bom espírito, ela apenas diz “Dani” suavemente, mas se o Jinn ou qualquer outro com intenção de me fazer mal, ela repete com uma voz assustadora “ela é minha”. Eu sei que isso é sinistro, mas, pelo menos, ela me avisa quando estou em perigo. E eu, julgando tão mal ela… Me sinto envergonhada!
    Mas voltando ao tema possessão/invocação, já dividi meu corpo com Bree, primeiro, de forma voluntária logo que a conheci. Depois, de forma involuntária quando eu não sabia mais quem era Gaion ou Bree e quase surtei com as duas dentro de mim. Deu trabalho pra convencer a Bree ficar de fora.
    Com a Gaion a coisa é mais tranquila, mas não vou mentir… No começo, essa elfinha me deu muito trabalho porque ela era incansavelmente alegre e eu vivia de mau humor, logo, ela ria quando eu não queria – e como ela pode controlar minhas expressões faciais e mesmo alguns de meus movimentos, eu tinha constrangedores ataques de risos fora de hora –, hoje, ela é mais séria e doce, e a palhacinha sou eu.
    Oh, eu cheguei a dividir meu corpo com Alfie logo que o contatei mas foi por pouco tempo.
    Recentemente eu tive de aprender a dividir o meu corpo com um fado (o Kol) e não foi fácil (ainda não é) porque ele… Bem… Rsrs. Kol tem ciúmes da Gaion, da Bree, de todo mundo, e ainda tem de aprender (como a Gaion aprendeu) a perder a péssima mania de ficar me encarando. Como eu sei que ele me encara, sendo que ele está dentro de mim? Simples… Você sente o elemental no seu corpo, mas o vê – ao mesmo tempo – em sua frente (pelo terceiro olho que te permite ver e sentir toda e qualquer presença espiritual) e em você mesmo.
    Nesses casos, onde se divide o corpo com um elemental, um sente o que o outro sente. Por exemplo, se o Kol ficar nervoso eu sinto essa energia vindo dele e se não tomar cuidado, fico nervosa também. Por isso, eu me esforço para manter tanto o Kol quanto a Gaion tranquilos e felizes para que eu fique também. É um pouquinho difícil no caso do Kol porque ele vem de Annwn e sua energia é triste e sombria. Para ser sincera, nem tenho muita certeza se ele é um fado ou um humano porque ele me disse que está morto e vi depois por mim mesma que nos conhecemos em outra vida. Eu tenho estudado espiritismo, mas como não descarto minhas crenças nos elementais (e como O Livro Dos Espíritos de Allan Kardec  admite a existência de seres elementais e mesmo de outras dimensões) e o vejo interagindo perfeitamente com outros elementais, pra mim, ele é um fado.

Eu vejo os elementais não apenas em minhas viagens astrais (como dito anteriormente em outros posts, eu realizei métodos para viajar astralmente; você pode encontrar alguns em livros ou sites que tratem sobre o tema Viagem Astral, é só pesquisar), mas também fisicamente nesse plano quando estou acordada. E não apenas os vejo, como os sinto e os ouço. Era para haver uma comunicação perfeita e ininterrupta entre os espíritos e eu, mas ainda me sinto pouco à vontade para vê-los materializados nesse plano. Olha, eu já vim um djinn flutuando acima da minha cama e estava acordada. Tentei tocá-lo, mas ele me eletrocutou antes de sumir. Também já vi o Kol e ele é lindo, mas alto demais… Assusta um pouco no escuro. A Gaion eu já vi também e não assustei porque ela transmite muita paz, mas suas materializações são raras. Prefiro me comunicar com os espíritos telepaticamente ou através de viagens astrais (nem sempre viagens astrais são seguras, mas você sempre pode acordar se der ruim, já cara a cara é outra coisa…).

Como se proteger de espíritos insidiosos 



Você pode recorrer a amuletos para se proteger de espíritos (no geral) como um cristal de jaspe (que afasta fantasmas e elementais), o Selo de São Salomão (cuidado, porque os djins não gostam muito desse símbolo, eu tive que guardar meu colar porque a Bree odeia ele com fervor), a cruz de troll, o Mjölnir  e mesmo um crucifixo. Apesar de alguns bruxos afirmarem que elementais não tem medo de crucifixo e não respondem a rituais, eu pensei com meus botões… Um deus é sempre um deus, não importa se o chamam de Jeová, Allá, ou Thor, seu poder sempre será superior ao de qualquer criatura viva (ou morta) sob a face da terra, portanto, não é nem um símbolo que conta, mas a nossa fé. Uma cruz é só um objeto comum se não nos lembrarmos do que ela representa, da força que está por trás dela. Acho que para afastar um espírito malévolo, é preciso ter fé em um poder superior senão preces, amuletos e rituais de banimento serão inúteis.
    É preciso também ter força de vontade. Dar um basta nos abusos os quais você vem sofrendo por parte dos espíritos. Se eles são teimosos, você tem de ser mais. Se os magoou ou de alguma forma, feriu seu orgulho, peça perdão humildemente e se eles não aceitarem suas desculpas, paciência! Ore por eles, pra que eles percebam que o que estão fazendo é errado e que possam se arrepender e ir embora, ou pelo menos, deixarem de te fazer tão mal. Foi o que eu aprendi lendo livros espíritas, que devemos ter compaixão por nossos inimigos e orar por eles, porque só Deus sabe o inferno pelo qual eles passaram (ou passam), ou se fizemos mal a eles em outra vida. O jeito é esse, enxergar eles como seres que podem se arrepender e se emendar no bom caminho. No início, parecerá uma batalha perdida, mas com paciência e amor, tudo se conquista.
    Lembre-se também que semelhante atrai semelhante e mude suas atitudes mesquinhas e egoístas. Julgar os outros é fácil, mas julgar a si mesmo…
    Você corre o risco de atrair um elemental sombrio sem querer? Só se você realizar rituais numa fase quando estiver triste ou com raiva, ou se contatar qualquer coisa só por curiosidade. Não é pecado ter curiosidade, mas fazer um ritual só por isso é perigoso, então, se você inventar, por exemplo de contatar fadas ou elfos só pra confirmar que eles existem, tenha também um segundo motivo como fazer um pedido (atrair um novo amor, arranjar um emprego, conseguir realizar aquela viagem de fim de ano, etc), pois assim, você não atrai seres igualmente curiosos que virão só por vir e com o tempo podem se tornar presenças desagradáveis. ©


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